segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Da série: Textos Fodásticos

Sabe quando você está louca querendo escrever algo e empaca.
Mais empaca do tipo não consegue escrever nem as vogais?
Bom, eu tô assim. Horas escrevo demais. Oras não sai nada.

Daí que existem pessoas que conseguem descrever o que a gente está sentindo. Porque já sentiram também... E estes trechos do Texto da Tati Bernardi consegue descrever o que eu estou sentindo exatamente agora!

Se deliciem!

Eu não sei deixar ninguém partir...

Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre vão embora. Talvez essa seja a pior coisa do mundo. Ele vai embora, sempre, quando eu preciso de quinze minutos de silêncio complementar à minha entrega, odeio o desespero dele por banhos e a sua ansiedade curiosa pelo que vem depois. Que se dane o depois,

eu sou agora, ou pelo menos era. [...]

Ele sempre vai embora quando eu queria que ele se perdesse um pouco, rasgasse a agenda, lançasse o celular no rio, desligasse todos os toques, luzes e sinais de que há todo o resto. Esquecesse do sono, do livro, da planta, das lembranças. Ele sempre vai embora do meu mundo quando eu só queria que ele descansasse um pouco de ser ele o tempo todo, mas ele tem muito medo de não ser ele, talvez porque ele não saiba o que ele é.

Ele sempre vai embora pra descobrir quem ele é, ou para lembrar que ele é o mesmo de sempre que não sabe quem é, ele sempre vai embora antes da gente ser alguma coisa juntos. Vivo com essa sensação de abandono, de falta, de pouco, de metade. Mas nada disso é novidade. Antes dele, teve o outro, o outro que continua indo embora para sempre porque nunca foi embora pra sempre.Eu não sei deixar ninguém partir, eu não sei escolher, excluir, deletar. São as pessoas que resolvem me deixar, melhor assim, adoro não ser responsável por absolutamente nada, odeio o peso que uma despedida eterna causa em mim. Nada é eterno, não quero brincar de Deus.

O outro foi embora a primeira vez porque estava bêbado demais, foi embora a segunda porque ficou tarde, foi embora a terceira porque teve medo de ficar pra sempre, foi embora durante alguns longos anos porque todo o resto do mundo precisava dele e eu era apenas uma das demandas. Ele me chamou de demanda a última vez que foi embora pra sempre, mas pra sempre pode durar duas horas, dois anos ou duas encarnações. A gente sempre se despede lembrando da música do Chico que diz “o amor não tem pressa, ele sabe esperar em silêncio”.

Hoje meu novo amigo foi embora, não pra sempre, mas um segundo pode ser pra sempre se pensarmos grandiosamente, e ele me dá vontade de pensar grandiosamente. Fazia tempo que alguém não ficava tão calado enquanto eu apenas existo, fazia tempo que alguém não ficava tão perdido só porque me encontrou, fazia tempo que eu não me olhava no espelho e sorria, sabendo que sim, sim, sim, sou bonita ora bolas! Sou interessante! Da onde eu tinha tirado o contrário nos últimos meses?

Todo mundo chega na sua vida. Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre chegam. Talvez essa seja a melhor coisa do mundo. Como naquele texto que não lembro, daquela pessoa que não lembro, e sobre o qual você me contou de um jeito que eu nunca mais vou esquecer, no final a gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora, perplexo.

Tati Bernardi


BeijOs!


/criis

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Carta ao amigo que partiu...

Quando você chegou na minha vida, nem fiz muita festa, nem questão. Na realidade nem notei.
Era uma noite normal, de um dia normal. Exceto pelo fato de ser um bar... rs
O diferente foi a incrível coincidência de te encontrar no outro dia e o mais incrível que lembrei de ti. Normalmente tenho péssima memória.

Quando pensei em não mais te encontrar. Você aparece. E daí não sai mais.
Se faz presente nos dias, noites, madrugadas, festas. Mesmo que não em pessoa, mais em voz.
Faz brotar a amizade, a parceria.
As resenhas, risadas. Era tempo de riso fácil, felicidade em meio ao temporal que minha vida estava.
As coincidências, as futilidades compartilhadas, as mesmices, até mesmo os insultos. Tudo era importante.
A atenção. A presença...

Te trouxe pro meu mundo. Pro meu 'praneta'
Compartilhei com você aquilo que de mais precioso a vida me deu.
Formamos uma bela família. Todos os meus mais queridos amigos, juntos.
Parecia um sonho. E foi.

As coisas mudam, a vida nem sempre é tão justa.
E quando eu mais precisei você simplesmente sumiu. Aquela ligação não atendida. Pela primeira vez. E meu coração chorou.
Chorou pela falta. Chorou pelos erros cometidos, ou não.
Erro meu? Não sei. Se foi, paciência.

E toda vez que o telefone tocava eu achava que era meu amigo de volta, pra me trazer de volta o riso. Mais não... Ele não voltou...
E agora toda vez que lembro da presença, não é mais o riso que aparece...
Agora é só o amargor da ausência. O buraco. O breu.

E teve o dia que desejei jamais tê-lo conhecido. Teve o dia que desejei ligar. Teve o dia que percebi o porque de tudo. Teve o dia da tristeza profunda do esquecimento. Teve o dia de não conseguir dormir. Teve o dia em que reaprendi a viver como antes.

Hoje foi o dia de falar.
Falar o quanto você com suas idiotices me faz falta. Falar que sua risada ainda ecoa no meu pensamento. Que realmente me preocupei quando você fazia merda. Que sempre quis seu bem.
Que sua passagem na minha vida me fez bem. Sua ida que não. Não tava preparada ainda. Fostes o amigo ideal, mesmo que por tão pouco tempo.

Mais nada como um dia atrás do outro. Nada como meia dúzia de pessoas tão importantes na minha vida pra me acalentar. Pra me dar colo. Me fazer viajar sem sair do lugar. Encapar meus problemas com um sorriso de canto de boca.

Espero que a falta jamais te ronde. Não é legal. JURO!
E agradeço as muitas horas em que fui escutada. Mesmo quando era uma besteira sem fim.
Espero que tudo dê certo pra você. Que tudo o que desejares sejas atendido.
Que Deus deposite algumas gramas de juízo no seu cocoruto!
Que as bênçãos do Pai Celestial recaiam sobre vós sempre e guie seus passos.

Quando puder, lembre!
E que quando der, volte.
Tem um par de braços abertos te esperando pra continuar sorrindo e brincando.

/Criis

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ainda em clima de festa!!!

Bom, como eu falei no post passado, fiz aniversário no dia 12/01!
Até aí tudo bem...
São 24 aninhos vividos quase intensamente! rs
Porém o que tem de intenso ultimamente é essa minha festa que não acaba mais nunca! kkk
Hoje fazem 12 dias que comemoro meu níver...
Vou morrer de cirrose! kkkkkkkkkkkkkkk

Esses 12 dias tem sido muiiito loucos!
Com direito a queda e tudo!

Bom, a meta é comemorar 24 dias... Mais acho que não vou aguentar! kkkkkkkkkkk
Aí ficam algumas fotos do dia 13/01 que foi o 3° dia de festa! rs

















beijOs e se eu sobreviver, volto pra contar!

\o/

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Meu aniversário...


Texto que diz tudo o que eu senti e sinto...

Aniversário
De Álvaro Campos

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...


Feliz Aniversário para mim! rsrs

*-*

BeijOs!