"O
dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"
(T.M.)
Ela fechou os
olhos quando o abraçou. Respirou fundo para que seus pulmões captassem a maior
quantidade possível do cheiro dele. Decorou seu jeito de andar, a maneira de
mexer os lábios ao proferir cada palavra, o modo com que movimentava as mãos, a
sincronia dos pés. Captou o som da voz de maneira que, seu cérebro não mais a esquecesse. Marcou, a ferro e fogo, cada
parte de seu corpo que ele tocou, para que nada, nem ninguém pudesse os separar
novamente.
E ele se
foi...
E ela se
afundou num misto de falta e desespero. E aquela lembrança doía a cada vez que
ela lembrava do cheiro, da boca, das mãos... Uma parte dela morria. A dor da
ausência era fúnebre. E o tempo não passava. O som da voz tornou-se um tormento
estridente, que soprava em seus ouvidos e deixava-a arrasada. O vazio
aumentava...
Chegou o dia
da procura. De procurar em outros homens aquilo que só ele tinha. E vagou como
que em um deserto... Ora quente, voluptuoso... Ora frio, gélido... Tentou, de
todas as formas esquecê-lo... Tirar da cabeça cada instante, cada momento...
Era em vão... Cansou
de atirar no escuro. Decidiu viver. E procurava motivos, era música, era dança,
era arte, chegou a jogar tudo pro alto e foi tentar algo mais sério.
O tempo
passando. Já não mais lembrava do som da voz, do toque das mãos, do cheiro, do
olhar. Ainda doía. Era verdade. Mais a dor já não a impedia de ser quem ela se
tornou. Sim, antes dele ela era uma. Depois dele tudo mudou. A menina cresceu,
virou mulher, tinha suas responsabilidades.
Hoje ela
reaprende, dia após dia, a viver sem aquela presença. Luta por seus ideais e até
faz planos. Se jogou na vida sem medo de ser feliz. Ignora toda a dor que a faz
sofrer com um sorriso, as vezes falso, no rosto.
E uma lição ela
guarda para a vida: quando a gente ama, não importa se está presente ou
ausente, amor é sempre amor. E isto vai além de distâncias físicas ou
espirituais. Não se tem ‘um dia’ para ‘cultuar’ as pessoas queridas que
partiram, isto acontece o tempo todo dentro do nosso coração. Não serão flores,
ou velas, ou rezas que irão fazer com que ela demonstre o quanto o amava,
porque ele, decerto, onde quer que esteja, verá isto a cada vez que ela
respirar!
“Só
enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar.”
(T.M.)
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar.”
(T.M.)
Essa música, da banda goiana Mr. Gyn, me ajudou muiiito numa época difícil da minha vida... Então, resolvi compartilhar com quem passar por aqui! Baixem um pouco o volume, pois sou eu mesma cantando e tocando... A gravação ficou muito alta, bem como o tom da música para a minha voz chinfrim! A letra da música vocês podem ver neste site.
Beijos!
/criis